“O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir. Cria situações-problemas.”
Jean Piaget
O texto se inicia, por inspiração de uma frase do suíço Jean Piaget, biólogo por formação. estudioso e criador de reconhecidas teorias de aprendizagem. Piaget dedicou suas pesquisas às áreas da educação, psicologia, epistemologia (que trata da natureza, da origem e validade do conhecimento), buscando compreender o desenvolvimento humano e de como nos desenvolvemos como seres inteligentes.
Incursões e atividades ao ar livre podem ser grandes aliados no desenvolvimento humano, especialmente quando a natureza é abundante, desafiadora em um mundo de descobertas.
Teóricos e estudiosos, como o construtivista Piaget defendem, sobretudo, que as experiências de infância são essenciais ao desenvolvimento da criança e que a criança pode aprender por meio de descobertas.
Vejamos algumas definições de “aprender”, segundo o dicionário Aurélio:
- “Perceber partindo da experiência, pelo tempo, pela influência (de)”
- “Começar a compreender melhor, normalmente, pelo uso da vivência, da sensibilidade etc.”
Com ajuda de Piaget e Aurélio arriscamos a interpretar que, cabe ao professor “criar situações-problemas”, onde a criança possa agir e interagir de modo a estabelecer o processo de aprendizagem, através de suas próprias experiências. Pode-se entender, também que o ambiente é um grande e essencial aliado no trabalho do professor.
Existe ambiente mais provocativo e experimental do que estar ao ar livre, em contato direto com a natureza?
Para aprofundar um pouco mais essa ideia da importância do ambiente no processo de aprendizagem, recorremos a um simpósio realizado e, Estocolmo (Suécia/ 2003), organizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), onde foram discutidos modelos de “boas práticas” para a educação infantil. Os modelos inspiradores e balizadores foram: HighScope (EUA), Reggio Emilia (Itália), Te Whāriki (Nova Zelândia) e Educação Experiencial (Bélgica). Ferre Laevers, criador da Educação e Experiencial em seu livro Fundamentos da Educação Experiencial: Bem-estar e envolvimento infantil, desses modelos, 6 características, consideradas segundo ele, pedras fundamentais de qualquer modelo educacional do futuro:
- Respeito pela criança – “Será nossa função ajudá-las a desenvolver o autoconceito e a autoestima compatíveis com os direitos que lhes foram concedidos”
- Abordagem de “estrutura aberta” – “Isso requer uma forma de organização em que haja espaço para a iniciativa (…) O processo começa pela aproximação das crianças, sensibilizando-se com elas, escutando-as ativamente, observando para compreender como o ambiente é percebido por elas e como as influencia. Isso significa perguntar-se constantemente sobre a organização do dia, dos materiais e das atividades oferecidas, dos estímulos e de respostas acolhedoras”
- Ambiente rico – “Uma abordagem de estrutura aberta não faz sentido se não houver um ambiente em que iniciativas possam ser tomadas, um contexto que desafie a criança e ofereça uma gama de oportunidades para ela ser ativa, explorando e criando”
- Processo de representação – “A capacidade de representar mentalmente a realidade é a chave para nossa compreensão do desenvolvimento cognitivo (…)A representação mental é o que Aebli (1963) chamou de “die geistige Kraft”, o poder da mente, a faculdade de criar uma sensação, a percepção de significados que vão desde a experiência física até a representação das construções e dos conceitos mais abstratos, como a “criatividade”, a “inteligência”, a “sinergia”, o “construtivismo””
- Comunicação, interação, diálogo – “O diálogo não é apenas uma maneira de formar ideias e aprofundar a compreensão. Ele conecta, vincula, cria um sentimento de união, de pertença. Nessa atmosfera, todas as pessoas são capazes de se articular, as diferenças se tornam mais visíveis, e a diversidade não é encarada como uma ameaça, e sim como uma riqueza, uma condição de se aprender mais sobre si mesmo e desenvolver a própria identidade”
- Observação – “O monitoramento e a avaliação são partes integrantes nos modelos aqui mencionados (…) investe-se muito na observação de crianças em situações reais de suas vidas e das condições que o ambiente oferece”
A aprendizagem é um processo rico e constante. Os modelos são diferentes no modo como estruturam suas informações, mas convergem em uma mesma direção: na maneira holística e como enxergam a criança e na coerência como as coisas se relacionam, de forma realista.
Sabemos que esses estudos referem-se, em um primeiro momento ao ambiente da sala de aula, das escolas, no entanto, hoje, além de não descartarmos o ambiente virtual, que já tornou-se um novo contexto de aprendizagem, propomos condições extraclasses para professores e alunos desenvolverem de maneira criativa e integrada o conteúdo escolar juntinho com a natureza.
Os estudiosos citados no texto, entre outros pesquisadores do desenvolvimento da educação, nos inspiram em buscar meios de colaborar em construir um mundo melhor, mais tolerante, mais criativo, mais ético e, com essa missão, o Tartarugas Turismo de Aventura aprimorou o programa escolar E.E.A.L – Educação Experiencial ao Ar Livre com proposta de trabalho interessante, envolvente e direcionada para grupos distintos, iniciando pelas crianças (alunos de esolas públicas e particulares), mas com ações, também para adultos, entendendo o desenvolvimento humano como contínuo.
Conheça nossas possibilidades de desenvolvimento ao ar livre! Atividades cuidadosamente elaboradas para crianças, jovens, adultos, idosos, escolas, associações e profissionais de diversas áreas!
Contato para agendamentos e planejamento de programas E.E.A.L.: Tartarugas Turismo de Aventura (48) 3281-9058
contato@tartarugas.net
Alguns links inspiradores:
Fundamentos da Educação Experiencial: Bem-estar e envolvimento infantil: https://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/eae/arquivos/1930/1930.pdf
6 Atividades ao ar livre para trabalhar o currículo: https://diadeaprenderbrincando.org.br/2018/05/04/6-atividades-ao-ar-livre-para-trabalhar-o-curriculo/
Introdução as teorias de aprendizagem: http://www.nce.ufrj.br/ginape/publicacoes/trabalhos/t_2002/t_2002_renato_aposo_e_francine_vaz/teorias.htm
Teorias de Aprendizagem:
http://www.ufrgs.br/sead/servicos-ead/publicacoes-1/pdf/Teorias_de_Aprendizagem.pdf
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